quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Que vida boa!


Há um bom tempo existe a discussão sobre o que é melhor: Capitalismo ou Socialismo?O que é capitalismo?O que é socialismo?E o comunismo?

Bom eu digo, sem usar nenhuma fundamentação teórica, ou seja, da porra da minha cabeça, que não existem definições claras sobre esses conceitos, as pessoas que iniciaram essa discussão já morreram a mó tempão, e eles deixaram registros escritos tão confusos(lembro do meu sofrimento nas aulas de filosofia, sociologia e etc), que todo dia um trabalho novo é o publicado com teorias conflitantes criadas a partir das mesmas bibliografias.

Todo isso escrevi para dizer que na prática o que está ocorrendo é que as potências "capitalistas" tomaram o mundo e através do imperialismo tentam se impor sobre outras nações, daí fudeu com tudo porque agora a gente não sabe se o socialismo fracassa pelas suas teorias ou fracassa porque o capitalismo fode com ele, há quem diga também que o socialismo não fracassou na verdade, HÁ!Esse ponto sim me interessa, afinal eu gosto de estar sempre a favor das minorias, pelo menos quando o assunto não é futebol, cerveja e mulher...

Alguns anos atrás ainda no CPII, quando o Fidel deixou o poder em Cuba, eu conversava com um amigo meu:

- Legal hein cara, agora Cuba poderá se desenvolver e talz, esse cara já está mandando lá a mó tempão, o povo deve estar feliz...
- Po cara, não é bem assim não, tem gente lá que chama o Fidel de pai e está lamentando muito a saída dele.
- Ué mas todo dia eu vejo noticia de alguém que fugiu de lá, um lugar assim não pode ser bom.
- As pessoas são insatisfeitas por natureza cara, e também, você já pensou em quem manda nos meios de comunicação?São as mesmas pessoas que ajudam a ferrar com Cuba, isolando ela do mundo e blá blá blá blá blá blá Whiskas Sache...
- ....
- Eu já li também que lá não existe miséria, nem analfabeto...


Bom, a partir dessa conversa aí eu comecei a desconfiar de tudo, comecei a sempre procurar saber dos dois lados da moeda, eu ainda não tenho uma opinião formada sobre esse assunto especifico, mas é uma conversa que me interessa.

Ontem li um texto falando que a Líbia não era tão ruim e nem o Kadafi era tão ruim como é noticiado, nesse texto dizia que a ONU, em 2007, reconhecia que o IDH da Líbia era maior que o do Brasil, entre outras coisas, o texto é do blog realpolitik, procurem aí, lá tem algumas nesse sentido, lá eu também li sobre a Coréia do Norte, também dizia que lá não era tão ruim assim...

O texto já ficou grande então vou parar por aqui, mas no próximo vou escrever sobre o seguinte:

O que você prefere: Viver em uma sociedade onde você possa ter carros, casas, comidas e tecnologias luxuosas ou viver em uma sociedade onde ninguém conseguirá nunca ter acesso ao luxo, mas não exista fome, miséria, pessoas morando na rua, gente analfabeta?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os movimentos da USP - I

Na última publicação eu apresentei o tema de meu próximo post: Os protestos ocorridos na USP.

Me admira que o amigo Delfim não tenha deliberado sobre o tema. Antes que ele o faça e, inevitavelmente, condene todos os maconheiros à morte, gostaria de publicar minha modesta opinião sobre o assunto.

Em primeiro lugar gostaria de deixar claro que não dou razão nem ao movimento dos estudantes e nem mesmo à estúpida repressão feita a eles. Além disso, sou defensor de manifestações a favor da legalização das drogas (seja quais entorpecentes forem), de reformas políticas de qualquer tipo e, inclusive, sou a favor de manifestações que problematizem mais a questão da pedofilia.

Sou, em suma, a favor de qualquer debate e de discussões acerca de tabus na sociedade, embora não seja, necessariamente, a favor de tais tabus. Mas todos tem direito de tentar legalizar o que acham ultrapassado, sendo o debate científico uma das melhores formas de legitimar tais lutas.

O que ocorreu na USP não foi um movimento a favor da legalização dos derivados da cannabis sativa. Não era essa a luta levantada pelo primeiro protesto. Tão pouco me parece que era a luta política, para a qual o debate progrediu. O início da manifestação claramente foi pela detenção de alunos que fumavam baseado dentro da universidade, o que foi visto como um abuso de autoridade da PM. Ora, contra esse abuso, que impedia o direito natural dos estudantes de se drogarem dentro da Universidade Pública, deu-se início todo o alvoroço. Veja bem, a luta não foi pela legalização da maconha. Foi pelo pretenso direito que os estudantes tinham (e tem) de que poderiam se drogar dentro da faculdade sem serem incomodados. Pela continuidade desse direito, vimos aquela primeira manifestação.

E peço para que os estudantes que hoje estão lutando contra o Reitor não sejam hipócritas; esse foi o motivo do primeiro protesto.

Chamo a atenção para esse ponto e, vou reforçá-lo ainda mais, porque observo a tendência de, atualmente, o desvio do assunto, quando não sua distorção. Alguns falam, inclusive, que o movimento se deu pela atuação geral da PM, que sempre fora arbitrária e, novamente, autoritária. Friso: não digo que ela não foi/é. Casos e mais casos já foram relatados, de moralismo cristão até preconceito étnico. Contudo, os estudantes não se mobilizaram em nenhum momento contra essas dezenas e centenas de abusos. Não protestaram de nenhuma forma. A detenção de três estudantes, cujo direito de fumar um baseado foi tolhido foi capaz de mobilizar essa turma revolucionária. Não o direito à dignidade do amigo negro que foi taxado de marginal, em um dos relatos. Mas o direito de fumar maconha. E isso, ninguém vai esquecer, por mais que se esforcem para apagar da memória o estopim do movimento. Então, menos hipocrisia de motivos nobres. Muito menos.

Tendo dito isso, devemos agora tratar do impacto dessa notícia. Basicamente três correntes se formaram, com opiniões distintas sobre todo o caso. A primeira eu chamo de corrente tropaelitista. A segunda, dos revolucionários de ocasião e, por fim, a dos manifestantes políticos.

Nesse ponto, devo admitir que de modo algum concordo com todos os comentários que parecem ter sido retirados do filme “tropa de elite”, em que os maconheiros de classe média são taxados de financiadores do tráfico, com ênfase tal que parecem ser os principais responsáveis pelo tráfico de drogas. Peço a esse pessoal que reflita um pouco mais sobre a presença do tráfico no Brasil. Questões muito mais diretamente ligadas ao problema são deixadas de fora desses comentários rasos, como a entrada absurda de entorpecentes “de gente fina” e armas nas fronteiras brasileiras que deveriam estar sendo fiscalizadas. Se a coisa vem parar aqui, é porque tem alguém lá em cima facilitando o acesso. E, estando os maconheiros/drogados de qualquer classe social moralmente corretos ou não, é simplesmente errado o uso de violência desnecessária para castigá-los. Frases como “tem mais é que apanhar mesmo” só refletem a falta de pensamento crítico dos tropaelitistas. O caráter da polícia não é corrigir ou castigar. Não se castiga mais assim. Esse é um hábito que era legítimo até o início do século XX, tempo demais na minha opinião e, de modo algum, cabe em uma sociedade do século XXI. Muito menos quando aplicado pela polícia.

Os revolucionários de ocasião é como enxergo um grupo razoavelmente expressivo de alunos que decidiu manifestar-se pelo simples motivo de se rebelar. Os meios viraram objetivo. Também está inserida a parte dos estudantes que protestaram pelos alunos que foram detidos, como se não devessem ser e, ainda, pessoas que simplesmente querem extravasar a raiva contra autoridades, aparentemente representada pela propriedade pública; São os marxistas da GAP, tão criticados pelos que polarizaram o discurso de maneira mais “conservadora”.

Por fim, o grupo dos manifestantes polítocos. Aqui a coisa fica mais interessante, mas falarei deles na próxima semana, dada a impossibilidade de fazer um único post, pelo tamanho exagerado que o texto tomaria, afastando nossos únicos cinco leitores.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Novidades" das últimas semanas

Muita coisa aconteceu desde a última vez em que eu escrevi aqui; Um comediante fez uma piada moralmente questionável em rede nacional e foi prontamente censurado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –que admiro bastante, descobriu que estava com câncer de laringe e, talvez o mais importante, perdi a vistoria do Detran.

De qualquer modo, não irei me estender em nenhum desses três tópicos de maneira profunda, embora queira destacar alguns pontos importantes sobre eles:

1-Todo mundo está tão preocupado (ou estava) com toda essa temática da censura e da moralidade do politicamente (in)correto no caso do Rafinha Bastos que, aparentemente, ninguém deu importância ao mais interessante no caso todo (exceto, talvez, Ronald Rios): a piada foi ruim! E não digo que ela foi ruim no sentido de ter sido errada, ela foi, apenas, muito sem graça, além de, convenhamos, não ter sido escrita pelo R. Bastos. Porra, o cara é um comediante profissional! Nesse papel, como pode fazer uma piada tão, mas tão sem graça em rede nacional?

A turma do CQC, em especial o R. Bastos e o Gentili, esforçam-se para construir sempre um conteúdo alinhado ao politicamente incorreto, para, posteriormente, fazer uso de um discurso de perseguição midiática ou, pelo menos, serem conhecidos como polêmicos. A coisa chega a um patamar simplesmente triste quando, para tentar se manter nesse status de ''comediante acima do código moral”, um profissional no assunto faz uma piada tão sem graça e pouco original tal qual “comia ela e o bebê”. Realmente. Hilário.

Antes de falarem de liberdade de expressão e moralidade, creio que as pessoas devam retirar desse episódio a mediocridade de boa parte dos comediantes profissionais brasileiros. Ronald Rios fala um pouco (bem pouco)sobre o ''polêmico'' assunto, e você pode conferir aqui: http://www.youtube.com/user/altacupulavideos#p/u/5/OKLsOsScy5o

2-Sobre o câncer do lula: vamos parar com essas piadinhas mandando o presidente se tratar na SUS (acho que já pararam, o post é meio velho, então, vamos nunca mais fazê=las). Não vou nem me estender sobre o assunto, fica aqui as palavras que uma amiga publicou no facebook:

Neste exato momento estou constrangida por compartilhar essa rede social com tanta gente preconceituosa, babaca, mesquinha e medíocre...... E não é só em relação ao câncer do Lula,são tantos outros comentários cruéis, que é vergonhoso, mas mandar ele se tratar no SUS é bem o retrato dessa juventude branca, classe média, universitária,que é contra a cota, fã do Rafinha Bastos, que não faz a mínima ideia dos problemas sociais desse país. Até que ponto essa liberdade de expressão é válida? Acho que estamos precisando rever nossos conceitos, pq tem certas coisas que eu desejava não ter que ouvir, é simplesmente pura agressão. Por favor, deletem suas contas do facebook e vão ler um livro, a opinião de vcs não nos interessam.
Thais C.

3- Sair de casa 6:50 em busca do Detran de Irajá e retornar 12:30 sem ter conseguido chegar ao mesmo. É Rio de Janeiro, essa cidade maravilhosa, de trânsito maravilhoso, em um dia maravilhoso. Com direito a ter o fusível de uma função elétrica do carro queimado após três horas de trânsito na Avenida Brasil.

Sem muitas opções, remarquei a vistoria, cuja data mais próxima é no dia 22 de dezembro. Exato, o feriado mais importante de todos: a véspera da véspera da véspera de natal. Isso para fazer uma vistoria veicular sem sentido, no único Estado do Brasil em que essa prática ilegal ainda é aceita, sendo realizada por um serviço terceirizado.

Bom, nada disso é verdadeiramente mais importante do que o próximo tópico. Pouco importa a questão do comediante na televisão brasileira, a saúde do ex-presidente Lula, ou mesmo minha própria vida pessoal, quando comparadas ao nobre direito de se drogar dentro de uma universidade pública. Sim, meus camaradas da USP, nessa importantíssima luta política, comparável à resistência contra a grande repressão da ditadura brasileira e, aparentemente, o Maio de 1968 na França, estamos todos com vocês.

Claro que o último parágrafo é um exagero de um movimento que (talvez) vá além disso. Mas falaremos disso na próxima semana, ou no próximo mês, quando eu postar de novo.

=*