sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Luta Antes da Luta



"Você sabe, de nada adianta rezar no canto do ringue.

Aquele que nele sobe, sobe sozinho.

As bravatas lançadas na hora da pesagem

e o peso da multidão colado em sua carne,
 
você sabe, lá em cima, só aumentarão seu abandono.
 
Você sabe também o preço que terá de pagar
 
se deixar que qualquer vagabundo desfigure
 
sua fisionomia. Mas é isso que você quer?
 
Não é isso que você quer. Aconteça
 
o que acontecer, não jogarei a toalha, não é para isso
 
que chegamos até aqui... Você ainda é muito novo
 
para perder, e sua família, muito necessitada. Você sabe,
 
você tem de deixar seu passado para trás, eu sei que você
 
não quer voltar para as ruas, para o crime, para a cadeia...
 
Portanto, quando subir lá em cima, eu lhe digo,
 
não deixe que o adversário veja medo em sua face:
 
se, ainda antes do primeiro soar do gongo, ele
 
vislumbrar uma mínima expressão de temor em seu rosto,
 
conhecerá o caminho mais rápido
 
para encontrá-lo durante o combate. Mas você
 
não terá nenhum instante de fraqueza nesse combate,
 
você está preparado, eu sei que você está preparado,
 
e você também sabe disso. Ninguém quer acordar amanhã
 
num quarto de hospital... você quer acordar
 
num quarto de hospital balbuciando palavras desconexas?
 
Ein? Você quer acordar num quarto de hospital,
 
com sua mulher chorando preocupada ao lado da cama?
 
Não, você não quer isso pra você nem pra sua família,
 
nem eu quero isso para o meu garoto de ouro. Por isso,
 
treinamos duro, por isso, treinamos tanto. Então, vá lá
 
em cima, já estão anunciando seu nome, suba
 
para o quadrado, suba, já começaram a tocar a música,
 
vá para o ringue e, no meio do entrevero,
 
por entre as saraivadas de golpes,
 
faça seu adversário sentir o peso do esquecimento
 
carregando-o para longe do estádio, carregando-o
 
para longe de todo e qualquer lugar."


- Alberto Pucheu

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Porque tudo junto se escreve separado e separado se escreve tudo junto



Se fosse uma caminhada
Eu diria que estamos correndo
Mas quando olho pro lado você já parou,
Quando paro a te esperar
Você já passou

Quando olho a frente
Você está parada
Quando chego perto
Está em disparada

Eu falo oi
Você entende tchau
Desse jeito fica difícil
Enxergar meu final

Uma história de zumbi
Eu mato, você mata
Ele ressuscita
Pra onde isso vai ?
Me explica

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O esperado inacreditável

Outra materia sobre os hospitais do Rio de Janeiro na globo.

Filas intermináveis, pacientes sem atendimento, falta de médicos, falta de equipamentos (inclusive seringas) e muito mais do mesmo.

A âncora termina dizendo que é inacreditável que os hospitais estejam dessa maneira.

Ora, inacreditável seria se algo tivesse mudado.

Tivemos uma gestão que conseguiu transformar o atendimento dos hospitais do RJ o pior do Brasil. Elegemos novamente essa gestão sem nem ao menos conseguirmos um segundo turno para pensar melhor. Demos carta branca para o continuismo e declaramos uma satisfação inconsequente, ou um medo vazio do candidato comunista que ganhou força com os estudantes.

O que era de se esperar?

A política de saúde pública continua a mesma e assim continuará até a próxima troca de prefeitos. Torço para estar enganado quanto a essa declaração nostradamica, mas, infelizmente, parece o caminho que será traçado, acompanhando o ritmo do que já (não) vinha sendo feito.

Tenho convicção de que da próxima vez teremos um resultado mais positivo para o Rio de Janeiro. Boa parte da campanha de mobilização da oposição se restringiu a um publico ainda incapaz de votar, por ter sido feita majoritariamente em redes sociais. Até lá essa garotada que pensa diferente terá crescido.

De qualquer forma, não vou me juntar ao coro de "votou nele, aguenta", contudo, insisto que prestemos mais atenção nas próximas eleições e apoiemos o maior debate. Mal algum vai sair de conhecer melhor as propostas e perspectivas de seus candidatos.