Existem eventos que já fazem parte do calendário,
marcamos nas nossas agendas e aguardamos durante o ano inteiro por eles. O
Carnaval, o Natal, a Páscoa e, obviamente, a queda livre do Botafogo na tabela
do brasileirão.
É curioso como entra ano e sai ano o Botafogo de Futebol e
Regatas sempre realiza a mesma proeza. Arranca de forma empolgante no inicio do brasileirão, sendo
caracterizado pelos “especialistas” como dono do futebol mais bonito e bem
jogado do país e, com a precisão de um relógio suíço, cai absurdamente de
rendimento a partir do segundo semestre terminando a competição em um justíssimo
10º lugar.
Bem, antes de mais nada vamos aos
números. Quando a folha referente ao mês de Agosto ainda não havia sido arrancada de nossos calendários, durante o primeiro turno, o Botafogo havia vencido dez vezes, empatado em seis
ocasiões e sofrido apenas três derrotas, com isso obteve um aproveitamento de 63%. Bem próximo dos 66% que, dizem os matemáticos, é suficiente para se sagrar
campeão brasileiro. Pois bem, já no segundo turno do BR13 foram duas vitórias e três derrotas
em cinco jogos, resultando em um aproveitamento de 40%. Digno de clubes que brigam para não cair (mas ainda assim melhor que
o Vasco).
O mais interessante, no entanto, é ver que o torcedor
botafoguense é dono de um otimismo digno de um romance de Eleanor Porter. Por
mais que ele esteja (literalmente) careca de conhecer esse tragicômico enredo
está sempre disposto a discutir com qualquer torcedor com o objetivo de provar
que dessa vez ele será campeão.
Mas devo
confessar aos amigos que tenho até certa simpatia pelo foguinho, é quase como
um segundo América aqui no Rio. É um clube simpático e possuidor de uma bonita
história. Poucos títulos é verdade, mas uma bonita história, e, claro, não faz
mal a ninguém.