quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Será ?????


Li essa semana uma matéria da ISTOÉ que chamou bastante a minha atenção, ela falava sobre uma tendência mundial de cada vez mais pessoas morarem sozinhas, totalmente sozinhas, não é meu caso atualmente, mas já morei sozinho e digo que não é muito legal não, não é barato e é muito chato, quase como um calabouço da solidão, e mesmo assim cada vez mais pessoas “querem” morar sozinhas, entre aspas porque eu não levei muita fé nesse querer morar sozinho já que a reportagem falava de recém-divorciados, viúvos, idosos, pessoas que estudam ou trabalham longe da sua cidade de origem e etc. Para mim os grupos que citei anteriormente não querem morar sozinhos, eles só adotam esse estilo de vida porque tem dinheiro para morar sozinhos e não querem correr o risco de dividir o lar com pessoas que não gozam de sua total confiança, e esse era ponto ao qual eu queria chegar, as pessoas cada vez mais não conseguem confiar umas nas outras!Na era da informação todo mundo conhece uma história do pedófilo que era um ótimo colega de trabalho, do cara que matou a namorada por ciúmes depois namorar cinco anos sem nem alterar o tom de voz, do vizinho que avisou quando outro vizinho tinha viajado daí invadiram a casa desse último e levaram tudo que lhe pertencia, do cara que levou uma gostosa para traçar e acordou sem um rim e etc. Ou seja, a internet, a televisão e o rádio passam a falsa sensação que sabemos de tudo, na correria de nossas rotinas estamos esquecendo que por motivos óbvios essas mídias preferem mostrar mais desgraças a casos de sucessos, daí ficamos com a impressão de que o mundo está acabando e não podemos confiar em ninguém, isso é mentira!Prefiro me ocupar com futebol, pornografia e humor quando estou vendo TV ou navegando na internet do que ficar procurando desgraça. No meio do que é informação tem muita desgraça que não faz diferença nenhuma na minha vida, eu não vou poder ajudar e passar a tomar cuidado para que não aconteça comigo só vai...bom, sobre isso que é o texto.

Só para exemplificar, nessa reportagem dizia que em Nova Iorque, 50% das pessoas moram sozinhas, Nova Iorque é a cidade mais populosa dos EUA! Nos EUA 25% das pessoas moram sozinhas e na Inglaterra esse número está em 30%, e cada ano esse número sobe, e eu tenho vários amigos jovens que hoje moram com os pais que pretendem em breve ir morar sozinho, eu fui um desses casos também, concordo que chega uma hora que você tem que partir mesmo antes de casar afinal não importe o quanto você receba trabalhando, morando na casa de seus pais você ainda não será independente, porém meu conselho é que você procure dividir o lar com amigos, há sim vários cuidados a serem tomados antes de decidir dividir o lar, esse é um assunto extenso e não é o foco do texto então vou deixar três dicas apenas:


1. Independente de com quantas pessoas você vai morar, cada um tem que ter seu próprio quarto.

2. Limpeza e arrumação são problemas sérios com nós jovens, isso é um fato, tanto para homens quanto para as mulheres, então pelo menos uma diarista é vital para manter a harmonia da casa.

3. Uma residência com 1 pessoa por quarto e com diarista, não costuma ser barato, logo certifique-se que seus colegas de republica tem condição e o compromisso de quitar suas dívidas.

Retomando, no Brasil o percentual de pessoas morando sozinhas está em 11%, pelos motivos citado a cima os países onde a maior parte da população tem condição de se sustentar tem mais gente morando sozinha, ou seja, como sabemos desde muito tempo antes de Cristo a necessidade une as pessoas.

Vou fechar dizendo que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã....mesmo que a maioria viva o famoso farinha pouca meu pirão primeiro!

Fonte dessa última figura:www.jacarebaguela.com.br

sábado, 20 de agosto de 2011

Algum lugar

I Algum lugar

Está muito frio aqui. Nunca fui um homem religioso, mas sempre ouvi falar que o inferno era um lugar quente. Observo a planta da qual saí. Uma vagem. Há muito tempo vi um filme em que alienígenas invadiam a Terra. Era de uma planta muito parecida com essa que eles nasciam. “Os invasores”. Estou mesmo morto?

Olho em volta enquanto tento me aquecer. Neve. Estou cercado por neve. A única coisa que se difere da cor branca são as milhares plantas verdes, espalhadas por entre os flocos gelados. Retiro a gosma rosa que cobre meu corpo e percebo que visto a mesma roupa que usava na prisão. Há sete furos feitos com facas na minha camisa, cortesia de meus amigos de cela. Eu me lembro da dor. Começaram pela costela. Dois furos. Estomago. Três furos. Peito. Dois furos. Então tudo ficou escuro. Primeiro senti frio, depois, senti ainda mais. Para onde devo ir?

Algumas plantas se movem de forma traiçoeira. Me agacho, ficando mais próximo da neve que já cobre meu joelho. Ainda estou confuso, não sei o que esperar. Quatro plantas se agitam e se rasgam lentamente. De cada planta sai uma pessoa, todas cobertas pela mesma gosma rosa. Um homem gordo, de cabelos grisalhos e pele rosada. Se porcos vestissem terno, provavelmente ficariam muito parecidos com ele. Uma mulher ruiva sai de outra vagem. Pele e vestido brancos. Diria quarenta anos. Desesperada ela tenta retirar a gosma. Três buracos no seu vestido. Conheço bem aqueles buracos. Chuto que foi um Calibre .223 Remington. A mulher não teve chance. Outro homem sai da terceira vagem. Da alguns passos até cair no chão. Magro, mas não muito. Roupas rasgadas e queimadas. Também é branco. O mais surpreendente vem da quarta planta. Uma menina de cabelos dourados se afasta de seu dormitório. A gosma cobre sua camisola, enfeitada com ursinhos. A pele é quase tão branca como a neve.

Todos estão desorientados. Me aproximo devagar, tentando combater a neve que teima em me segurar. O gordo é o primeiro a falar:

-Onde estamos?! –me pergunta aos berros. –Quem é você?

Fico em silêncio. Olho para a mulher que caiu de joelhos no chão quando reparou nos buracos em seu vestido.

-Que porra é essa? –o gordo me pergunta, enquanto chuta a planta de que saíra.

-Não sei muito mais do que você. –respondi com calma. A única certeza que tinha era que fora esfaqueado pelos meus colegas. Vendo o estado das roupas dos que chegavam, tinha cada vez mais certeza de que estava morto.

-Eu estava em um avião. –o homem magro falou. – Lembro da turbulência. As máscaras de ar caíram. Onde... Onde estou?

-Mortos. –a mulher lhe disse ainda no chão. –Estamos todos mortos.

Os homens resmungaram. Desesperadamente começaram a falar frases sem sentido, tentando narrar os acontecimento que levaram aos seus fins trágicos. Pelo o que entendi, o gordo havia se envolvido em um acidente de carro. A mulher me fitava. A garotinha falou alguma coisa, mas as vozes dos homens abafaram. Aquilo começava a me incomodar.

-Calem a boca. –disse.

-Quem você pensa que é? –o gordo se aproximou.

-Eu mandei calar a boca, porco.

Aquietaram-se. Olho para a menina que aperta a camisola de ursinhos.

-Pode falar, querida. –me ajoelho.

-Onde ta o papai?

-O papai esta longe, meu anjo. Agora você vai passar um tempo conosco.

Ela coloca a mão na testa enquanto sua mente tenta alcançar alguma informação. Seus olhos ficam vagos.

-E quem é o papai? –ela pergunta.

Levanto-me novamente. Amnésia? A menina agarra minha mão. Não fosse a estranha situação, provavelmente teria me excitado.

-Não sei quem vocês são. –falo olhando para todos.- Mas sei quem eu sou. E sei que isso não é o céu.

-Acho que devíamos ficar juntos. Ao menos por enquanto. –o homem magro fez a sugestão. –Meu nome é Bob.

Achei estranho.

-É o primeiro brasileiro com esse nome que eu conheço.

-Brasileiro? Por que acha que sou brasileiro? –o homem pergunta.

-Estou errado? Você não tem nenhum sotaque português.

-Português? Estou falando inglês!

-Também achei que falávamos inglês! –o homem de terno complementou.

-Estou falando francês. Estou ouvindo vocês falarem francês! –a mulher entra na conversa com algum nervosismo na voz.

Levo a mão aos olhos e respiro fundo. O ar gelado entra em minhas narinas. Nos encaramos. Aquilo era estranho. Falávamos todos a mesma língua. A língua da morte.


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A quem interessar a continuação, esperem alguma editora ter a boa vontade de publicar.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Mateus 15, 21-28

"Jesus foi para a região de Tiro e Sidônia. Eis que uma mulher cananeia, vinda daquela região, pôs-se a gritar: "Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim. Minha filha está sendo cruelmente atormentada por um demônio!" Mas Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Então seus discípulos aproximaram-se e lhe pediram: "Manda embora essa mulher, pois ela vem gritando atrás de nós." Jesus respondeu: "Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel." Mas, a mulher, aproximando-se, prostrou-se diante de Jesus, e começou a implorar: "Senhor, socorre-me!" Jesus lhe disse: "Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-lo aos cachorrinhos." A mulher insistiu: "É verdade, Senhor; mas os cachorrinhos também comem as migalhas que caem da mesa de seus donos!" Diante disso, Jesus lhe disse: "Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!" E desde esse momento sua filha ficou curada."

Por hoje é só amigos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Coisas do futebol, minha nega

"Hoje eu vim, minha nega,
Sem saber nada da vida”
Paulinho da Viola


Na tarde do último domingo, dia aparentemente pacato e comum, deu-se o incrível, o inesperado, o insólito. A equipe de futebol do Club de Regatas Vasco da Gama, com Dedé “O Mito”, Diego “Endiabrado” Souza, Fernando “Muralha” Prass e o restante de seu escrete primoroso, perdeu para o Botafogo com seu elenco mais-ou-menos. Dizer que perdeu é pouco, seja dita a verdade: o Vasco apanhou mais do que boneco de Judas em Sábado de Aleluia.
Tenho a certeza de que ninguém - absolutamente ninguém - esperava resultado semelhante. O jogo surpreendeu tanto os especialistas bem informados como os profetas de oito tentáculos. O mais otimista dentre os botafoguenses não previu mais do que uma suada vitória de seu time. Minto, talvez a frase servisse a outro torcedor na mesma situação, mas não ao botafoguense. Este, no auge de suas esperanças, aguardaria um jogo sonolento e um empate sem gols.
E não sou eu quem vem inventar ser o botafoguense um incorrigível pessimista e eterno melancólico. Quem assim dizia era o Nelson Rodrigues, que afirmava que o torcedor do Botafogo, ao contrário de todos os demais, ia aos estádios esperando ver, em vez da vitória, justamente a derrota. Eu me limito a comprovar tal verdade. E, de fato, é assim mesmo.
Certa dia, eu, reunido com um grupo de amigos, fazia prognósticos para o calendário de futebol que se iniciaria em pouco tempo. Com sangue nos olhos, defendi que o Vasco seria o campeão da próxima Copa Libertadores, mesmo não participando do certame. Um flamenguista, mordido pela minha convicção insana, não deixou barato e, babando de emoção, apostou seu salário do mês no seu time como o próximo vencedor da Champions League. “E invicto!”, ele fez questão de frisar.
Em seguida, o botafoguense ali presente, com uma estranha entonação de voz, que depois pensei ter sido uma vacilante tentativa de bravata, afirmou ter a esperança de que seu time faria a melhor campanha das últimas temporadas, alcançando a quinta colocação no campeonato brasileiro e perdendo a última vaga na Copa Libertadores apenas na última rodada da competição.
Na última segunda-feira, outra demonstração desse melancólico espírito alvinegro. Estava eu no metrô quando entrou um quarentão conversando com a mulher:
- Aqueles vascaínos lá do prédio que iam para o jogo, heim... devem ter ficado frustrados. Quatro a zero, ninguém esperava essa...
Um sujeito meio bicho-grilo ouviu e se meteu na conversa:
- Olha, eu sou botafoguense e digo para vocês que eu não esperava um resultado assim.
Aquele que falava com a mulher virou-se para o hiponga e respondeu:
- Eu também sou botafoguense e também não esperava aquele jogo...
Naquele vagão de metrô, meio vazio no horário de almoço, devia haver umas sessenta pessoas. Pelo menos duas delas eram torcedoras do Botafogo, uma tal concentração que só é capaz de encontrar paralelo nos mais importantes jogos do Engenhão. Como por mágica, estavam os dois ali frente a frente, reunidos tão somente pelo destino, sem sequer um conhecer o time do outro.
Quando a trama novelesca se descortinou na minha frente, eu, vascaíno emotivo, fui obrigado a fingir uma rinite alérgica para disfarçar as lágrimas mal contidas. Mas os dois botafoguenses, para espanto geral, não se abraçaram como dois irmãos que se reencontram após uma vida. Em vez disso, encetaram uma discussão insossa sobre os lances do jogo, quase contrariados, como se encontrar um igual os fizesse menos gloriosos.
É muito curioso esse espírito dos botafoguenses. Certamente, teria impedido qualquer deles de antever o resultado de domingo, mesmo que este fosse previsível. E, repito, não era. Ao contrário, foi um placar tão imprevisível como é, agora, inexplicável, por mais que os burocratas das mesas-redondas insistam em buscar suas causas.
De um lado, falam de excesso de confiança e dos malefícios de elogios desmedidos; de outro, do efeito anabolizante das esfihas e dos kibes. Por mais que eu admita que a sunguinha enfiada do Loco Abreu possa ser responsável por não deixá-lo relaxar durante os 90 minutos da partida, isso tudo não passa de uma grande balela.
Não existem explicações possíveis. E mesmo aquelas que parecem exatas para a ocasião se mostrarão falsas no futuro, provando serem imprestáveis desde o início. É que o futebol não é nada além de uma metáfora da vida, onde os homens se preparam e lutam pelos seus objetivos, mas é o incognoscível o único dono do destino. Vez por outra, mesmo aqueles sujeitos infalíveis que tem parte com o divino, como o zagueiro Dedé, simplesmente, erram.
Mais do que qualquer outra coisa, é preciso na vida das graças voluntariosas da sorte. No domingo, ela jogou contra mim. Em dez dias, farei uma prova importante. Melhor não reclamar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Segunda-feira é foda!

Primeiramente gostaria de fazer uma menção honrosa, ao Flamengo é claro, líder do Campeonato Brasileiro, melhor ataque do campeonato, tendo Ronaldinho Gaúcho como artilheiro. Termino por aqui minha menção já que há pouquíssimas palavras existentes em todas as línguas e dialetos que sejam suficientes para descrever o excelente futebol jogado pelo Flamengo esse ano.

Bom, acho que o texto vai ficar só no primeiramente mesmo, hoje é segunda-feira, hoje recomeçam as aulas da faculdade, e como não escrevi nada antecipadamente hoje nada além do Flamengo me inspira a escrever, quinta-feira deve ter algo maneiro por aqui, eu espero.

Só para registrar, sábado os componentes do blog estiveram reunidos na Lapa bebendo aquela cerva, comendo petisco e conversando sobre temas tão diversos quanto os tratados aqui no blog, por isso o nome do blog é madruganalapa, diga-se de passagem.




terça-feira, 2 de agosto de 2011

Vale a pena viver?

Em 1588, Jean Bodin, intelectual francês, concluiu seu tratado intitulado Colóquio dos sete sobre os segredos do sublime. A obra conta o diálogo fictício entre um católico, um luterano, um judeu, um adepto da religião natural, um convertido ao islamismo, um calvinista e um cético. Ambientada em Veneza, a discussão que nunca ocorreu seria um marco na questão que diz respeito à tolerância. Como o leitor mais atento deve ter notado, não é por coincidência que a obra é criada em meio às guerras religiosas.

Para sustentar a tese da tolerância, Bodin defende que todas essas religiões possuem um fundamento em comum que “consiste na adoração do Deus Eterno”. Como o leitor já percebeu, conscientemente ou não, as questões levantadas por Bodin, assim como a maioria na Europa no XVI, passam pela concepção prévia da existência de Deus.

Tempos mais simples, não é?

De dois ou três anos para cá, uma questão vem me incomodando um pouco. Em essência, adianto, ela não é religiosa. Como questionei no título dessa publicação, amigo leitor, eu te pergunto: vale a pena viver?

Calma, calma. Ainda não precisa cortar os pulsos, camaradas fãs de fresno. Deixe-me explicar antes o que quero dizer.

Alguns estudiosos entendem que essa é a questão fundamental da filosofia, uma vez que, caso a resposta seja não, de nada adianta problematizar outras questões. Por um acaso, os que a definem como fundamental são justamente os cientistas que trabalham com essa temática.

Peço desculpas, amigo leitor, primeiro porque talvez esse seja um tópico por demais sério para nossa mesa de bar; segundo, porque não podemos tratar do assunto em tão poucas linhas sem fazer com que pareça um tanto infantil. Farei um esforço para suavizar isso, mas nada garanto.

“Com essa roubalheira toda na política você quer falar sobre isso?”, “Com todos os homossexuais sofrendo preconceitos”, “a questão da desigualdade social”, “as crianças com fome na África”. Amigo leitor, de que todas essas questões importam se, no fim, não lhe restar nada? Há um único tesouro na existência, que faz com que nos movamos para frente e para trás. A única coisa que permite ao homem ou ao animal (sou crítico nessa parte) se mover e fazer o que tem que ser feito. E isso é a consciência. Se, no fim das contas, você, a criancinha faminta da África ou Carlos Slim perderem essa peça fundamental na morte, do que lhe vale o que passou na vida? Qual é a grande diferença na maneira com que você viveu?

A questão aqui vai além da forma moral que você leva sua vida dentro dos conceitos de bem e do mal. A moralidade é ínfima nesse ponto. Diferente de Bodin, o que me causa a reflexão não perpassa a salvação do homem, mas a continuidade da existência, da consciência. E, sobre isso, é indiferente o religio. Se há reencarnação kardecista ou budista, se vou para o céu cristão, se acabarei no reino de Osíris... nada disso realmente importa. O amigo judeu/cristão quer pensar em algo pior que queimar eternamente no rio de fogo? É simples: Não queimar. Não sentir dor. Não pensar, no sentido mais sombrio da coisa. Não existir.

E daí muitos ateus anarquistas revolts punks da mtv vão dizer “é! Por isso tem que viver a vida! Deus não existe, Carpe Diem!”. Malandro, pára, e pensa. Se daqui nada te sobra, não importa se você vai aproveitar ou não a sua vida. Não importa sua revolta ou a desigualdade social. Muito menos se você acredita ou não em Deus. Se sua consciência não se prolonga de alguma maneira, desafio a quem quiser me explicar, do que adianta fazer do mundo um lugar melhor? Para que deixar um filho? Qual é, verdadeiramente, a diferença de morrer aos 12, aos 22 ou aos 115?

Não me levem a mal. É bom sim estar com amigos e amigas, é ótimo tomar uma cerveja bem gelada, é gostoso transar com a namorada e também é gostoso transar com a namorada dos outros. Tudo isso é muito bom, mas só é bom, só aproveitamos e queremos repetir porque somos capazes de experimentar e lembrar dessas sensações.
“É! Por isso que eu acredito em Deus”.

Creio que, daqui, vem a crença da maioria das pessoas em Deus, ou em espíritos, orixás e etc. Ninguém quer realmente pensar no assunto, porque todo mundo sabe que a reflexão não vai trazer pensamentos alegres. E eu não to falando isso por você ser cristão/judeu/candomblé. Eu realmente não ligo se você acredita que Jesus voltou dos mortos, que curou um cego, que multiplicou o pão ou que transformou a água em vinho. Se você quer acreditar que ele foi o primeiro e mais versátil x-men, não tem problema. O mesmo vale para os budistas e Cia.

Aliás, aproveito também para deixar claro que igualmente não ligo se você é ateu. Do século XIX para cá, o ateísmo tem virado moda e, o pior, é que cada vez mais conquista adeptos incapazes de pensar. Daí temos um monte de fanáticos ateus, falando de um monte de fanáticos religiosos. Canso de ver gente exclamando, “tirando onda”, que não acredita em Deus. Que quando morremos, viramos comida de minhoca e ponto. É fácil falar isso. É tão fácil quanto falar que Deus existe. Mas por que você, camarada ateu da MTV, não pensa um pouco sobre o que isso realmente significa?

O ponto é que Bodin defendeu a existência de uma universalidade das religiões, tendo em vista o ponto em comum de ‘’todas’’ que consiste na adoração do Deus eterno. Será que hoje, cinco séculos depois, ele ainda pode refletir sobre isso? Ou tudo que sobrou da consciência de Jean Bodin fora a influência no mundo?

Eu, sinceramente, não faço idéia. Mas nada custa pensar no assunto.

Como disse, é algo por demais complexo para se tratar em “poucas” linhas, mas fica aí a questão para quem quiser refletir.

P.S.1: isso não é uma carta-suicídio.
P.S.2: Realmente não quero criticar ninguém. Não acho que alguém religioso ou não religioso seja necessariamente ignorante.
P.S.3: Não seja burro! Isso não significa que você não deva se preocupar com os problemas sociais do mundo.
P.S.4: Agradeço aos dois, dos nossos seis leitores mensais que devem ter chegado ao final desse texto.