terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Novidades" das últimas semanas

Muita coisa aconteceu desde a última vez em que eu escrevi aqui; Um comediante fez uma piada moralmente questionável em rede nacional e foi prontamente censurado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –que admiro bastante, descobriu que estava com câncer de laringe e, talvez o mais importante, perdi a vistoria do Detran.

De qualquer modo, não irei me estender em nenhum desses três tópicos de maneira profunda, embora queira destacar alguns pontos importantes sobre eles:

1-Todo mundo está tão preocupado (ou estava) com toda essa temática da censura e da moralidade do politicamente (in)correto no caso do Rafinha Bastos que, aparentemente, ninguém deu importância ao mais interessante no caso todo (exceto, talvez, Ronald Rios): a piada foi ruim! E não digo que ela foi ruim no sentido de ter sido errada, ela foi, apenas, muito sem graça, além de, convenhamos, não ter sido escrita pelo R. Bastos. Porra, o cara é um comediante profissional! Nesse papel, como pode fazer uma piada tão, mas tão sem graça em rede nacional?

A turma do CQC, em especial o R. Bastos e o Gentili, esforçam-se para construir sempre um conteúdo alinhado ao politicamente incorreto, para, posteriormente, fazer uso de um discurso de perseguição midiática ou, pelo menos, serem conhecidos como polêmicos. A coisa chega a um patamar simplesmente triste quando, para tentar se manter nesse status de ''comediante acima do código moral”, um profissional no assunto faz uma piada tão sem graça e pouco original tal qual “comia ela e o bebê”. Realmente. Hilário.

Antes de falarem de liberdade de expressão e moralidade, creio que as pessoas devam retirar desse episódio a mediocridade de boa parte dos comediantes profissionais brasileiros. Ronald Rios fala um pouco (bem pouco)sobre o ''polêmico'' assunto, e você pode conferir aqui: http://www.youtube.com/user/altacupulavideos#p/u/5/OKLsOsScy5o

2-Sobre o câncer do lula: vamos parar com essas piadinhas mandando o presidente se tratar na SUS (acho que já pararam, o post é meio velho, então, vamos nunca mais fazê=las). Não vou nem me estender sobre o assunto, fica aqui as palavras que uma amiga publicou no facebook:

Neste exato momento estou constrangida por compartilhar essa rede social com tanta gente preconceituosa, babaca, mesquinha e medíocre...... E não é só em relação ao câncer do Lula,são tantos outros comentários cruéis, que é vergonhoso, mas mandar ele se tratar no SUS é bem o retrato dessa juventude branca, classe média, universitária,que é contra a cota, fã do Rafinha Bastos, que não faz a mínima ideia dos problemas sociais desse país. Até que ponto essa liberdade de expressão é válida? Acho que estamos precisando rever nossos conceitos, pq tem certas coisas que eu desejava não ter que ouvir, é simplesmente pura agressão. Por favor, deletem suas contas do facebook e vão ler um livro, a opinião de vcs não nos interessam.
Thais C.

3- Sair de casa 6:50 em busca do Detran de Irajá e retornar 12:30 sem ter conseguido chegar ao mesmo. É Rio de Janeiro, essa cidade maravilhosa, de trânsito maravilhoso, em um dia maravilhoso. Com direito a ter o fusível de uma função elétrica do carro queimado após três horas de trânsito na Avenida Brasil.

Sem muitas opções, remarquei a vistoria, cuja data mais próxima é no dia 22 de dezembro. Exato, o feriado mais importante de todos: a véspera da véspera da véspera de natal. Isso para fazer uma vistoria veicular sem sentido, no único Estado do Brasil em que essa prática ilegal ainda é aceita, sendo realizada por um serviço terceirizado.

Bom, nada disso é verdadeiramente mais importante do que o próximo tópico. Pouco importa a questão do comediante na televisão brasileira, a saúde do ex-presidente Lula, ou mesmo minha própria vida pessoal, quando comparadas ao nobre direito de se drogar dentro de uma universidade pública. Sim, meus camaradas da USP, nessa importantíssima luta política, comparável à resistência contra a grande repressão da ditadura brasileira e, aparentemente, o Maio de 1968 na França, estamos todos com vocês.

Claro que o último parágrafo é um exagero de um movimento que (talvez) vá além disso. Mas falaremos disso na próxima semana, ou no próximo mês, quando eu postar de novo.

=*

2 comentários:

  1. Muito bom, Leandro. Concordo com tudo isso aí.

    O maior absurdo é essa história do Rafinha Bastos. Um humorista de inspiração norte-americana faz uma piada ruim e boba. Mas eis que a piada atinge um figurão e poderoso das comunicações e o cara perde o emprego.

    Pra mim, uma história digna de revistas de quinta categoria, como "Caras" e "Quem" da vida. No máximo, para os que admiram o sujeito, caberia uma revolta contra o controle da mídia pelo grande capital, ficando ao bel prazer do empresariado. Até aí justo.

    Mas não! O emblema da revolta é algo do tipo: "Brasil: onde os humoristas são levados a sério e os políticos na brincadeira"

    Tirando o fato de não haver nenhuma instância oficial envolvida diretamente no enredo, são quinheeeeeetos e onze anos de construção de identidade nacional, luta contra os donos do poder e busca de uma sociedade mais justa, plural e democrática sumariamente desprezados. "Bras(z)il, pffff..."

    É muito complexo de vira-lata. Essa galera tá precisando de um psicanalista. Ou de uma cerva meio quente em uma mesa bamba numa esquina qualquer da Lapa, o que dá no mesmo, se não melhor.

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  2. tu ta querendo fazer um post Murilo, se rende porra, monografia eh kralho.

    Mandou bem Leandro...

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