Nesses tempos de desinformação e muita besteira sendo espalhada das formas mais singulares na sociedade, um grupo de amigos decidiu participar desse movimento. Este será o canal usado para tal.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
De Volta Para a Aristocracia
É de conhecimento de todos que só existe uma coisa que vende mais jornal que título do Flamengo, trata-se de crise na Gávea. Dessa forma não é de se espantar que os preços para uma partida de futebol tenha ganhado espaço no horário nobre dos canais de TV.
O fato é que o ingresso mais barato para a finalíssima da Copa do Brasil dia 27 no Maracanã está saindo por 250 pratas. Então surge a pergunta que vem movendo debates de botequim a semana toda. Esse valor é justo? Em minha opinião, SIM.
É óbvio que o preço está salgado, mas e daí? Desde quando futebol é primeira necessidade do povo? Se você acha o preço de determinado produto ou serviço caro, você simplesmente não compra. Essa é a melhor manifestação de desaprovação que se pode fazer. E se o preço realmente não corresponder ao valor do produto outros não comprarão, e, com a falta de procura, o mesmo cairá.
Agora me digam. Alguém duvida que o estádio estará lotado para comemorar mais um título do Mengão daqui a duas semanas? Essa é a lei máxima do capitalismo camaradas. Oferta e demanda. O futebol voltou a ser um prazer dos burgueses e os carecas que dirigem o Flamengo estão apenas agindo com visão de negócios.
Nós até reclamamos do custo de vida, mas ninguém exige que se reduzam os valores nos cinemas, restaurantes, shows. Isso seria loucura!
Como Mv Bill já havia explicado, esse alvoroço todo só tem um motivo. "Nosso povo é manso/ Só vira bicho quando o assunto é futebol/ Nudez no carnaval, latinha de Skol".
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
O Rei Voltou 2 (ou quase isso)
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Diferenças - "Vândalos" x "Ativistas"
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Invasão à Toulon - 17.07 |
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Invasão ao Instituto Royal - 18.10 |
Fonte:
QUAINO, Lilian. Polícia já tem imagens de câmeras do Leblon, Rio, onde houve vandalismo. <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/07/policia-ja-tem-imagens-de-cameras-do-leblon-rio-onde-houve-vandalismo.html>. 21 de out. de 2013.
MARQUES, E.; JÚNIOR, G. "Prejuízo é incalculável", diz diretor de laboratório invadido em São Roque. <http://g1.globo.com/sao-paulo/sorocaba-jundiai/noticia/2013/10/prejuizo-e-incalculavel-diz-diretor-de-laboratorio-invadido-em-sao-roque.html>. 21 de out. de 2013.
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Volta o Cão Arrependido
Bem, antes de mais nada vamos aos números. Quando a folha referente ao mês de Agosto ainda não havia sido arrancada de nossos calendários, durante o primeiro turno, o Botafogo havia vencido dez vezes, empatado em seis ocasiões e sofrido apenas três derrotas, com isso obteve um aproveitamento de 63%. Bem próximo dos 66% que, dizem os matemáticos, é suficiente para se sagrar campeão brasileiro. Pois bem, já no segundo turno do BR13 foram duas vitórias e três derrotas em cinco jogos, resultando em um aproveitamento de 40%. Digno de clubes que brigam para não cair (mas ainda assim melhor que o Vasco).
O mais interessante, no entanto, é ver que o torcedor botafoguense é dono de um otimismo digno de um romance de Eleanor Porter. Por mais que ele esteja (literalmente) careca de conhecer esse tragicômico enredo está sempre disposto a discutir com qualquer torcedor com o objetivo de provar que dessa vez ele será campeão.
Mas devo confessar aos amigos que tenho até certa simpatia pelo foguinho, é quase como um segundo América aqui no Rio. É um clube simpático e possuidor de uma bonita história. Poucos títulos é verdade, mas uma bonita história, e, claro, não faz mal a ninguém.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
O Especialista Especial
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Direito de protestar
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Não parou por aqui
Escrevi esse texto ano passado, dia 26/12, dias esses em que estava pensando em deixar algumas coisas em 2012, não havia postado até por isso tbm, para que ele mesmo ficasse em 2012, não deu, leiam aí...se quiser sugerir um nome, pode também. Vamos que vamos.
Das coisas que precisam ser ditas
Algumas quero dizer
Outras só quero esquecer
Das coisas que não posso mas quero falar
Algumas deixo escapar
Sobre outras consigo calar
Sobre a maioria, há o que dizer
Mas ninguém o consegue fazer
Sobre a maioria, há o que dizer
Mas ninguém tem o poder
Sobre a maioria todos tentam esquecer
A nova roupagem do racismo e torrada com manteiga
O preconceito. O preconceito racial. O preconceito racial no Brasil. Se você ainda não sabe, o preconceito racial no Brasil se dirige majoritariamente à raça negra. Parece óbvio? Talvez seja para mim, para você e para seu filho. Mas acredite, colega leitor(a), essa questão vem se tornando extremamente embaçada para muita gente que cai na nova armadilha do tradicionalismo branco.
Vou explicar e, antes disso, quero esclarecer alguns pontos. Primeiro, quando falo de raça, me referindo aos humanos, estou cometendo uma grande gafe. Esse conceito retrocede até uma teoria antropológica que já caiu em desuso. Isso significa que a espécie humana não é dividida em raças, mas sim em etnias. Resumidamente, a biologia sugere que nossas diferenças genéticas não são grandes o bastante para nos distinguir enquanto raça. Ainda assim, falarei de racismo, mesmo porque ele parte do ideário dessa divisão inexistente. Ou seja, havendo ou não diferentes raças humanas, o racismo é ainda comum, porque ele parte da ideia dessa concepção falsa e retrógrada. Além disso, a ideia de raças originou grupos sociais históricos que partilham um passado em comum e simplesmente aniquilá-la pode ser problemático. Confuso? Calma, vai piorar.
O conceito biológico que, por um lado, demonstra os absurdos das proposições científicas sobre a superioridade da raça caucasiana pode, por outro, ser usado para esvaziar movimentos de reafirmação de grupos que foram oprimidos por terem características distintas. Estou falando, claro, dos negros. E é nessa tênue linha da existência e da importância da questão racial que a hegemonia branca tenta reafirmar sua posição superior.
Sob a igualdade biológica se abandonam as problemáticas da construção social histórica.
Como? Simples. Não se pode mais falar de raça. O conceito começou a ser invertido e, agora, o verdadeiro racista é o negro. A estratégia do novo movimento não se baseia, portanto, em insistir na superioridade genética da raça branca, mas em esvaziar todos os movimentos de (re)afirmação cultural dos grupos oprimidos, em particular, o da inexistente raça negra.
Agora, amigos, se o negro é o verdadeiro racista nessa sociedade contemporânea, adivinhem quem é a vítima dessa trágica realidade? Sim, o pobre homem branco. Não bastasse a ditadura dos homossexuais, que agora tentam mostrar às crianças que o homossexual é também um ser humano (mimimi kit gay), o homem branco tem de sobreviver igualmente ao racismo dos negros que, com as estupidas cotas raciais (mimimi, raças são iguais), tomam seus lugares no vestibular e nos concursos públicos.
A inversão é assustadora. Sobre o preceito de que não há raças (ou que todas as raças são igualmente capazes, se preferirem) tenta-se agora desprezar a história, fingir que o que aconteceu no Brasil não teve e continua tendo desdobramentos na contemporaneidade. O negro foi excluído da apropriação de terras? Da educação? Das políticas sanitárias? Nada disso importa, dizem, porque hoje a constituição garante que todos são iguais perante a lei.
Veja bem, não há porque buscar igualdade, porque a lei (jurídica e genética) já a garante. Esse é o discurso. E daí que em 2001, 113 anos após o fim da escravidão, o percentual de negros no ensino superior era de 10.2%? As cotas, dizem as vítimas do racismo negro, devem ir apenas para os pobres em geral. Afinal, a raça não faz diferença. Pobre é pobre. E negros e brancos tem, hoje, os mesmos direitos garantidos por lei. Ser preto no Brasil, de repente, não é mais um problema.
A História é posta de lado. Balbucia-se até contra o direito de afirmação negra. “Um negro pode usar camisa dizendo 100% negro, eu não posso usar uma dizendo 100% branco”. Pobre homem branco.
Coloca-se de lado que a afirmação da cultura negra é construída sobre um histórico de opressão da raça caucasiana que, por mais de meio milênio, inferiorizou essa, hoje, inexistente raça. O símbolo é ignorado. A luta contra a opressão é desvirtuada. O negro que se orgulha de sua raça é racista, porque a história está morta e, aparentemente, não repercute em nossa sociedade, independente do que as estatísticas mostram.
A foto que marca essa postagem é a estátua de um garoto negro, segurando um enorme cesto. Presos em seus pés, grilhões deixam claro que ele não é livre. Para quem não sabe essa foto não pertence a um museu. Foi tirada em uma das filiais do supermercado pão de açúcar, em SP. A comunidade negra achou o manequim extremamente ofensivo e o mercado, pedindo desculpas, retirou o artefato que decorava uma de suas alas. Vocês podem ler um pouco a respeito aqui.
Queria saber sua opinião. Como você acha que aquela estátua foi parar ali?
Não vou chegar ao ponto de dizer que o Pão de Açúcar colocou ali o objeto para ofender os negros. Não que eu conheça a mentalidade dos donos do mercado, mas isso seria simplesmente mal para os negócios. O que preocupa é que, seja lá quem colocou a imagem, não conseguiu ver a alusão à escravidão negra. Não percebeu como poderia soar racista a peça de decoração. O poder simbólico estava tão naturalizado nessa pessoa que ela foi incapaz de enxergar o problema. Afinal, o que pode ter de errado em colocar um pequeno escravo negro segurando pães e frutas em um supermercado?
Tive uma pequena discussão no facebook por conta dessa foto. Defenderam, veja só, que os racistas estavam exagerando na ofensividade da imagem. O problema da estátua, disseram, eram os grilhões e não o fato dela ser (também) negra. Disseram que, se o manequim fosse de uma criança branca com grilhões, ninguém veria problema. Percebam: o problema não estava em uma imagem de um negro escravo e, sim, o de fazer alusão a qualquer tipo de escravidão.
A raça negra não poderia se sentir ofendida com esse tipo de coisa. O negro, afinal, não existe. A história está enterrada. O racismo, hoje, é coisa de preto.
PS.: Quanto a torrada com manteiga, descobri recentemente que se você colocar a manteiga no pão antes de jogá-lo na torradeira ele fica pronto mais rápido. Acho que a manteiga age como algum tipo de catalizador, talvez porque ela queime mais rápido. Fica aí a dica.
PS2.: Camarada, não estou te acusando de nada. Só tira um tempo e pensa um pouco no assunto.
segunda-feira, 17 de junho de 2013
O Rio de Janeiro Não é Mais Tão Lindo I
quinta-feira, 11 de abril de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
O melhor para o pior
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés
Trecho de “O mundo é um moinho”, música de Cartola.
Spoilers para GOT
sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
Sobre o bullying e sua banalização
Eu acredito que esse texto fará mais sentido para quem conviveu com a coisa. Se não foi o seu caso, aviso que deverá ter a mente aberta para compreender as próximas linhas, ou tudo não parecerá nada além de um mimimi fútil, de um assunto que a mídia cada vez mais banaliza, talvez, até, com boas intenções.
De uns cinco ou seis anos para cá o assunto entrou em pauta na sociedade brasileira, importado, me parece, da cultura americana, local em que, já há algum tempo, o tema é mais debatido, devido, principalmente, aos tiroteios ocorridos na região em escolas, efetuados por alunos que foram, de alguma forma, perseguidos. As histórias, que todos conhecem, geralmente terminam com inocentes mortos e suicídio.
Mas isso está longe de ser uma regra. Infelizmente parece que se fortaleceu a ideia de que quando uma criança é perseguida diariamente em algum momento ela terá um colapso nervoso e efetuará um massacre. Isso parece acontecer devido aos principais acontecimentos que, vez ou outra, intensificam o debate acerca do Bullying, como o fantasmagórico caso da escola de Realengo ou a matança ocorrida na estreia do último filme do Batman de Cristopher Nolan.
Essa perspectiva direciona as atenções para a culpa de se estar criando um monstro. Então, se você pratica bullying, pode potencialmente ser culpado por uma ou mais mortes. A questão é que, essencialmente, esse não é o problema. Digo isso porque esses casos são raros e a ideia de que se não ocorrer um fenômeno grave como esses tudo estará bem é desprezível.
Essa perseguição pode afetar profundamente uma pessoa, inibindo o desenvolvimento de sua personalidade até o ponto de torna-la, de modo quase irrecuperável, simplesmente um ser humano triste e infeliz para o resto de sua vida. Há muitas formas para se destruir uma pessoa, e infelizmente o homem pode ser extremamente criativo. Agressões físicas, brincadeiras, apelidos...
“Ora, Leandro, que exagero. Então não posso dar apelido aos meus amigos que estarei praticando Bullying? Quanta frescura”. Esse tipo de pensamento foi um dos que mais se popularizou com a banalização do Bullying, seguindo, principalmente, desse outro: “Sempre me zoaram no colégio e eu fiquei bem. Eu aprendi a me virar. Isso é normal”. Acredito que isso tenha ocorrido por uma incorporação despreparada do assunto. Em outras palavras: virou moda falar de bullying, mas ninguém quer reservar um tempo para pesquisar e refletir a fundo do que se trata.
Se por algum motivo esse é o seu caso, quero deixar claro que não tenho a intenção de lhe ofender. Esse não é o meu objetivo aqui. Como disse, é preciso que você mantenha a mente aberta para ler esse texto e, quem sabe, ter um pensamento mais crítico sobre o assunto.
Dito isso, quero tentar explicar algo simples, mas que foi tão mal exposto nos principais meios de comunicação e tão mal absorvido pela sociedade (tanto por pessoas neutras, quanto por alunos e educadores) que se tornou extremamente deformado: zoação não é bullying. Bullying não é zoação. Pelo menos, não necessariamente.
Nos estágios que fiz em diferentes escolas, não foi raro ver que após uma ou outra brincadeira as crianças disparavam rindo :isso é bullying e o mesmo acontecia com os professores. Não sei qual é a origem do termo bullying, mas sei do que se trata. Ele é definido por qualquer comportamento consciente, repetido e hostil, cuja intenção é ferir os outros, física ou psicologicamente.
Entendam: A zoação que seus amigos ou colegas no colégio fizeram com você, amigo que acha que essa preocupação é frescura, provavelmente não poderia ser definida como bullying. O Bullying não é o ATO de zoar. Ele é o COMPORTAMENTO sistematicamente repetido com a intenção consciente de ferir o agredido. Reflita e, sinceramente, questione se foi isso que ocorreu com você. Senão, comece a se perguntar se isso é realmente normal e que inclusive “ajuda os zoados a se desenvolverem”, como já ouvi por aí.
As formas que esse comportamento adquire são múltiplas, mas seu motivo parece único: Trata-se da afirmação da sua existência através da humilhação e inferização do outro. Isso advém da crença de deter o direito de ferir ou controlar terceiros, não raro, se da também pela intolerância às minorias ou, simplesmente, às pessoas que levam um estilo de vida diferente do agressor.
Esse tipo de comportamento nunca irá formar caráter. Vejo muitas pessoas dizendo que a vítima deve aprender a se defender, a revidar, como se isso fosse resolver seus problemas e que magicamente ela não seria mais incomodada depois disso. Esse tipo de pensamento geralmente parte de quem já praticou o infeliz comportamento ou que, no mínimo, nunca sofreu com ele. É fortalecido também por uma massificação cultural, através da absorção de filmes em que a vitima de Bullying geralmente da a volta por cima, aplicando uma surra nos seus adversários e, assim, nunca sendo incomodados de novo ( O Reino Proibido, Quebrando Regra, Dragon Ball Evolution, o último Homem Aranha...).
Mas a vida não é um filme.
A prática de bullying acaba por inibir o desenvolvimento da personalidade da vítima. Cada vez menos ela se preocupa em expor quem ela é e cada vez mais busca se esconder. Tornar-se discreta e tenta eliminar qualquer vestígio do que possa ser o motivo para a contínua perseguição.
Não precisa ser um gênio para perceber que isso provavelmente a afetará na vida adulta, uma vez que carregará suas inseguranças e guardará em seu subconsciente que será atacada por aquilo que ela têm de diferente, seja lá o que for. É extremamente difícil racionalizar que, se havia um problema, ele estava em verdade nos seus agressores e não em si mesma.
Acho que é preciso também acabar com o mito de que quem sofre Bullying é/será um gênio e futuramente terá muito mais sucesso que seus antigos agressores. Isso apenas parece uma forma de se buscar um equilíbrio entre causa e efeito, mas ele é falso. Essa perspectiva fortalece o mito da construção de caráter e esse tipo de coisa deve ser combatida.
Acho que é isso. Claro que há muita coisa para se falar, mas já duvido que alguém leia até aqui.
De todo modo, eu realmente gostaria que as pessoas fossem mais empáticas. Acredito que esse seja o principal meio para se combater esse tipo de comportamento, na infância, na juventude e na vida adulta.