quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Direito de protestar


 Se você não estava outro planeta ficou sabendo dos  vários protestos que ocorreram Brasil afora e pelo mundo também, com esse clima em mente, gostaria de levantar algumas questões sobre o direito de protestar no texto que se segue.

Sempre me ensinaram pessoas que nunca pisaram em uma faculdade de direito que meu direito termina onde começa o do outro, pois bem, partindo dessa idéia fico confuso em relação ao tal direito de protestar, de se expressar, etc. Ah, antes de falar mais sobre o assunto quero deixar claro que sou a favor dessas manifestações contra os governos apesar de todo impacto negativo que causam nas pessoas que querem apenas ir e voltar de seus respectivos empregos. Há, claro, toda uma questão sobre a necessidade de engajamento de todos até porque se o governo não se desviasse tanto da sua missão não haveria necessidade das pessoas demorem horas para ir e voltar do trabalho, elas não precisariam aceitar jornadas tão longas de trabalho tão longe de casa, o que afeta diretamente seus relacionamentos familiares e sua saúde, tem toda uma longa cadeia de causas e efeitos que começam, a meu ver, na falha do Estado em prover saúde, educação e segurança de qualidade, o que faz com que tenhamos que pagar impostos e planos de saúde e colégios particulares e seguro de vida, de carro, de casa, pedágio , etc.

Pois bem, disto isto, quão legítimo é um protesto de 300 pessoas que fecha, por exemplo, uma das avenidas mais importantes do Rio de Janeiro como a avenida Rio Branco ?
O que a polícia pode fazer para garantir o direito de ir e vir de várias outras pessoas após pedir educadamente que os manifestantes liberem a avenida?
Eu fui a um dos protestos, porém continuo sem uma opinião formada sobre isso, então convido você a refletir sobre uma situação hipotética onde você seria impactado mais pessoalmente, algo semelhante aos vizinhos do Sérgio Cabral no Leblon.

Imaginem um protesto na frente da sua casa, muita gente, muito barulho, etc. Vamos supor que os protestos não fossem direcionados a você, o que eu acho que nem faz diferença. Imagino que primeiro você tentaria pedir aos manifestantes que se retirassem ou diminuíssem o barulho, pedido com mínima chance de ser atendido, confirmando o não atendimento do pedido, imagino que o próximo passo seria ligar para a polícia, é o que se faz quando se tem uma festa barulhenta perto de casa varando a madrugada, por exemplo, daí a polícia chega e pede que os manifestantes se dispersem, eles não atendem o pedido, daí  o policial vem e te informa que nada pode fazer já que os manifestantes não querem  sair e ele não pode usar de violência para retirá-los do lugar, nada de spray de pimenta, gás, bala de borracha ou cacete, como você, morador do local, se sentiria ?

Sou a favor dos protestos, mas se fosse em frente a minha casa, quero mais é que dê tiro de bazuca neles.

O que você sugere que seja feito para garantir o direito de todos? As pessoas devem ser obrigadas a protestar junto?

Como se define um manifestante, um bandido ou um arruaceiro?
É difícil para você imaginar um protesto em frente a sua casa? Tu deve morar mal para caralho então.

2 comentários:

  1. Não concordo muito não, camarada... Mas admito que essa questão de limites às vezes é complicada.

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  2. Julio,

    Interessante sua reflexão, no entanto como você mesmo disse, difícil ter uma concpeção clara sobre essas manifestações, uma vez que, elas são necessárias, mas ao mesmo tempo causam transtornos exagerados. E o questionamento continua, qual é a melhor saída para termos uma sociedade com vida digna?


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