domingo, 8 de fevereiro de 2015

Resenha - O Anticristo

Sejam bem-vindos leitores(as). Vamos ver se nesse novo ano conseguiremos manter o blog mais atualizado. Tentarei assumir um compromisso de fazer uma espécie de resenha totalmente parcial dos livros que for lendo durante o ano. Parece que opinião alheia atrai interesse das pessoas.
O primeiro livro será “O Anticristo” de Nietzsche.

Vamos lá.

Ler “O Anticristo” me deu a mesma sensação de quando leio comentários preconceituosos contra nordestinos ou pobres. Daqueles em que patricinhas destilam nas redes sociais da vida enquanto que a “nordestina pobre” faz sua comida. Um sentimento que é um misto de revolta, incredulidade, vergonha alheia e pena.

Fiquei com uma impressão muito ruim do autor, no entanto, por ser meu primeiro livro de Nietzsche pretendo futuramente dar novas oportunidades para sua obra e analisarei aqui apenas este livro.

Em “O Anticristo” Nietzsche incorporou o coxinha padrão, que toma sua opinião como a verdade máxima e expressa seu ódio contra todos que não concordam com ele. Talvez ao escrevê-lo já tivesse perdido suas faculdades mentais, entregue em sua loucura devido a sífilis. Sendo assim, talvez eu não devesse dar mais crédito a esse livro que aos gritos desvairados de um lunático, destes que encontramos nas ruas do centro da cidade.

Neste livro encontramos verdadeiras pérolas como quando ele afirma que a desigualdade dos direitos é uma condição necessária para o surgimento de “tipos mais elevados e supremos”, esquecendo-se que não somos mais primatas nas savanas africanas regidos pela lei da sobrevivência do mais apto, mas que vivemos em uma sociedade, cujo maior objetivo deveria ser proteger todos os seus indivíduos. Ele sustenta sua teoria na ideia de que “uma sociedade elevada é como uma pirâmide”, necessita de uma base larga onde é indispensável uma “mediocridade consolidada”.
Em outro ponto ele afirma que a injustiça não está na desigualdade dos direitos, mas na reivindicação de direitos iguais(!). Parece esquecer-se que igualdade de direitos é imprescindível para a igualdade de oportunidades para todos.

Voltando-se para o principal alvo de seu livro Nietzsche é taxativo ao afirmar que “Todo trabalho do mundo antigo foi em vão”. Tomando como exemplo gregos e romanos tenta provar que o cristão foi o grande responsável pelo atraso na evolução do homem. Com um pensamento eurocêntrico ignora completamente as antigas culturas orientais e americanas que não foram influenciadas pelo cristianismo no primeiro século.

Por fim, ao ler afirmações como: “A quem odeio mais entre a ralé de hoje? A ralé dos socialistas, os apóstolos que minam o sentimento de satisfação que o trabalhador tem de sua pequena existência – que o tornam invejoso”, e “o cristão... Esse verme (...) esse bando covarde, efeminado e meloso.” compreendi que seria impossível para alguém transbordando de ódio infundado tolerar uma religião cujo um dos maiores mandamento é “Amai ao próximo como a ti mesmo”.

4 comentários:

  1. O bigode tinha umas ideias equivocadas pros nossos preceitos democraticos, talvez produto da epoca ou falha de carater, mas e um dos filosofos mais influentes do ocidente. Podemos encontrar varias ideias interessantes dentro do seu pensamento, vale uma segunda chance!

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  2. "Os tambores rufaram pesados Nos Abismos e os seres decaídos olharam com pavor e esperança para o alto. Estava de volta. O madruganalapa vivia de novo."

    Bom texto, irmão. Eu acho que o Nietzche não chegou exatamente a escrever esse livro. É mais uma compilação de uns textos do cara que ele nunca tinha publicado.

    O que eu acho interessante é que o Nietzche ataca a Igreja de uma perspectiva diferente: enquanto a maior parte das pessoas se concentrava nas atrocidades cometidas na Idade Média, o camarada atacou justamente a moral filosófica dela, que enaltece o ser humano fraco (segundo ele).

    A crítica ficou muito boa. Tu devia jogar essa parada no skoob e ver o que os filósofos dizem rsrsrs

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    1. realmente ele foca em um perspectiva diferente da usual quando se trata em criticar a igreja, mas usou argumentos tão surreais que se torna impossível levá-lo a sério.
      "O que é mais nocivo que um vício qualquer? A compaixão. Um ato para todos os fracassados e fracos."

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