quinta-feira, 9 de junho de 2011

Campeão do Brasil

O conceito de nação é altamente complexo. Às vezes o termo é atacado, às vezes defendido, quase sempre explicado de acordo com a utilidade momentânea. Seja o que for, é certo que a nação tem um núcleo de pura emoção, absolutamente irracional. Há na nação um sentimento essencial de pertencimento, algo de contornos pouco nítidos, fugidio e nebuloso.
Em meio à confusão de Rock in Rio’s, Paul McCartney’s e Petkovic’s, levando ouro e prata, deixando circo, espelhos e miçangas, a nação brasileira parece um algo inapreensível e perdido para sempre. Mas eis que, tal e qual a Estrela de Belém, surge o sinal que aponta o caminho da verdade: o Vasco da Gama conquista a Copa do Brasil.
Para redenção da nação brasileira, descobriu-se que o gigante hiberna, mas não morre, nem diminui de tamanho. Vasco da Gama, outrora almirante, renasceu como clube de futebol para, mais do que qualquer outra instituição, homem ou mulher, apontar o caminho da única possível nação que se queira verdadeiramente brasileira e, assim, agregadora, democrática e plural.
O Vasco é o Brasil. Desde o início é o Brasil. Não é somente o time da colônia, como quer a Rede Globo – a detestável Vênus Platinada, que, por trás do falso sorriso de imparcialidade, não diz, mas sabe muito bem, que, mesmo não tendo cu, no cu lhe mandam tomar todos os vascaínos, sempre que possível.
O Vasco é um clube de integração. Já nos seus velhíssimos estatutos de criação era o clube do povo, de todo ele, e sobre essas bases cresceu até hoje. Sempre o time do povo, nunca o time da moda.
O povo é cafona, é tosco, é bronco, é mal-ajambrado. A moda são as regras, o povo é a liberdade.
Mesmo quando morrer o último imigrante português, os vascaínos serão milhões. E ainda assim, tremulará a bandeira lusa na Colina de São Januário. Mesmo sem súditos da pátria, o pavilhão permanecerá intocado, como proteção sebastianista e como símbolo de que a história é viva. Inexplicável. Irracional. Mágico.
Mas é a mágica do misticismo ibérico que nos moldou como brasileiros, não do Harry Potter. Incompreensível para aqueles que presenteiam o presidente imperialista com camisa de certo clube por ele completamente ignorado, em agradecimento por ter seu gramado do sagrado futebol usado e destruído como estacionamento de helicóptero.
Do título ganho na quarta-feira, o que menos importa é o jogo em si. O campo é limitado e os jogos se repetem. Os “especialistas” da vez não titubeiam ao afirmar que, dessa vez, decisivo foi o gol, conclusão de tal nível de elaboração e inteligência que reaviva o sonho de 190 milhões de aspirantes a treinador da seleção.
Tampouco tem maior importância o título em si, inédito ou não. Afirmação essa que trará regozijo aos desdenhadores sempre de plantão, daquela curiosa espécie de torcedores que juram amor eterno ao adversário da vez de seu arquirrival, em relações interclubísticas um tanto quanto promíscuas.
Nem importam salários, patrocínios, investimentos e as negociatas sempre duvidosas dos bastidores do futebol.
Importa hoje que mais de 15 milhões de vascaínos são mais vascaínos pois puderam soltar um grito preso na garganta há oito anos.
Porém, ainda mais importante foi o bem feito ao Brasil.
O homem leva consigo para sempre seus medos e sonhos de criança, e só através deles tem consciência da própria identidade. Com os países, por força de curiosa coincidência, funciona o mesmo mecanismo. A potência de hoje teve seu espírito formado na colônia de ontem.
Estávamos perdidos na cegueira branca da globalização. Foi preciso que o time dos portugueses voltasse ao topo para reencontrarmos nosso povo em nossas origens, fazendo o Brasil acordar mais brasileiro.

2 comentários:

  1. Que amontoado de besteiras!!!!!

    vale lembrar q o vasco tentou dar a camisa ao barack tbm, e deu também uma camisa ao Kelly Slater...

    Eu acho q esse título foi o último canto do cisne, isso sim...

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  2. "Em meio à confusão de Rock in Rio’s, Paul McCartney’s e Petkovic’s, levando ouro e prata, deixando circo, espelhos e miçangas" o vasco q eh o clube dos colonizadores...
    a cidade ta fedendo a naftalina, daqui a dez anos vcs comemoram outro

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