quinta-feira, 14 de julho de 2011

Não primemos cânico, meus movimentos são friamente calculados

Preocupado com o entreterimento de nosso expressivo número de leitores mensais (creio que já chegamos perto dos 6), decidi escrever um texto rápido, falando um pouco sobre minha humilde pessoa, colaborador desse blog.

Matutei sobre o que exatamente deveria falar e, dentre todas as minhas excepcionais características, decidi falar um pouco sobre minha capacidade calculística. Aliás, já perceberam que em todas as histórias, desenhos ou quadrinhos que se prestem há sempre aquele indivíduo que toma suas atitudes de forma friamente calculada? Em yuyuhakusho (sou um saudosista), tinhamos Kurama. No universo DC, temos o homem morcego. Na história contemporânea, Napoleão Boanaparte.

Quando criança, era bacana imaginar como era parecido com esses personagens, em como isso me fazia diferente das pessoas, em como ser calculista, em como planejar as coisas, podia ser útil. O problema foi quando dei o próximo passo (e não sei quando exatamente foi).

Hoje tendo a calcular toda a minha ação do dia, e provável reação que ela vai causar, e minha ação subseqüente. E isso é para praticamente qualquer ação, desde minha relação com as pessoas, até a apresentação de um trabalho ou mesmo o que escrevo por aqui.

Não estou exagerando.


Para se ter uma idéia do nível da coisa, há uns meses decidi ligar para uma amiga, a... bem... vamos chamá-la de Flávia. Acontece que eu e Flávia ficamos durante uma viagem e achei que seria bacana ligar para ela e marcar um cinema. Isso foi por volta das 14 horas... Eis que me surgiu a dúvida: quando alguém atender, devo falar o simpático "Boa tarde, a Flávia está?" ou deveria tentar o mais distante "Por favor, a Flávia se encontra?"

O tempo foi passando e fiquei me perguntando a impressão que eu passaria para quem atendesse o telefone baseado nessas opções, provavelmente indiferente e, talvez, por isso, acabei tendo alguma dificuldade em decidir.

A coisa foi me irritando e a tarde passando. O Sol já havia se posto, e eu não conseguia decidir o que seria melhor, ''Boa tarde'', ou ''Por favor''. Sete horas se passaram, SETE HORAS, até que finalmente tomei uma escolha. Infelizmente, quando liguei, o irmão dela atendeu e me avisou que ela havia saído. Natural, afinal, já passavam das nove de uma sexta feita.

De uns tempos para cá venho tentado ser mais espontâneo, mas é realmente complicado tentar mudar quem você é. O amigo leitor certamente já tentou uma nova abordagem para a vida após perceber algo que não gostava na maneira que levava a sua, e muito provavelmente falhou. Caso não tenha falhado, só conseguiu essa mudança por meio de muito esforço.

O que me leva a um tema importante, que é a força de vontade. Mas se você é um lanterna verde, você provavelmente já sabe tudo o que tem que saber sobre a força de vontade, se, como eu, você não é o lanterna verde, você pode esperar alguns dias para falar sobre isso.

É isso meus quatro camaradas leitores do blog, espero que tenham podido conhecer um pouco melhor esse humilde colaborador. Não deixem de ler as impressões do amigo Murilo sobre o retorno de Juninho, como sempre, tratando-se do vasco, muito parcial, interessante e verdadeiro.

Ah, e só para constar, optei por "Boa noite, a Flávia está?"

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